segunda-feira, 11 de abril de 2011



Certa vez conheci uma menina, ela fazia todo mundo se prender a ela, mas não se prendia a ninguém, a parte mais engraçada disso era que ela não se dava conta dos prisioneiros que ela tinha e como consequência, isso ia “matando” esses prisioneiros no processo...

Pergunto-me se ela tinha medo de depender um pouco dos outros, se tinha medo de sentir algumas coisas ou se ela era apenas presa a si mesma. Quando me dei conta percebi que a menina estava perdendo o brilho no olhar que encantava as pessoas, estava sumindo quase por completo.

Às vezes acredito que talvez eu devesse tê-la avisado sobre tal fato, mas fiquei com medo... O tempo foi passando e um dia percebi que eu estava livre do seu encanto, não era mais um prisioneiro, olhei naqueles olhos e notei um pouco de vida, um pouco de luz.

Mas aquele olhar mesmo com um pouco de luz escondia algo por baixo, eu via um pouco de dor. Eu, finalmente, entendi a causa dela ser presa a si mesma, ela pegava a dor, toda a dor e guardava para si... Mas dor não é algo que devemos guardar, pois dor é algo para expressarmos.

Ela sempre insistia em dizer que estava bem, mas eu sempre conseguia enxergar a dor que refletia naquele olhar, mesmo com um sorriso por cima para disfarçar o seu sofrimento, eu conseguia ver, e ela foi quebrando, quando eu a conheci já estava quebrando por dentro... Eu apenas não percebi.

Porém, ela nunca me dava ouvidos, mesmo quando eu insistia que ela deveria deixar a dor sair, entretanto mesmo não me dando ouvidos sabia que eu enxergava a dor que reside nela claramente.

Fico pensando se teria ela me libertado por eu ter enxergado o que se escondia atrás daquele olhar. Hoje distante, sem poder ver aquele olhar novamente, venho me questionando às vezes se ela já é capaz de expressar a dor como deseja, se ela ainda vive presa apenas a si mesma.

Irei seguir atento, pois caso eu encontre aquele olhar novamente, eu irei olhar na parte mais profunda e remota dele, e então procurar se ainda existem traços da dor que ela carregava habitando seu coração.

"Aquele que se importa com os sentimentos dos outros não é um tolo." - Provérbio Chinês

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